Óleo de Coco: Vilão ou Mocinho?

O uso do óleo de coco para o tratamento da obesidade tem recebido grande destaque na mídia, fato que refletiu uma corrida dos consumidores às lojas buscando uma solução milagrosa para perda de peso. Ultimamente muitos clientes têm chegado ao consultório com dúvidas sobre o consumo deste óleo. Mas afinal, o óleo de coco é o mocinho ou o vilão?

 

Atualmente, o óleo de coco tem sido comercializado com a promessa de que ajudaria a prevenir e tratar diversas condições médicas, sendo as principais: garantir a redução do mau colesterol (LDL) e promover elevação do bom colesterol (HDL); por conter na sua composição o ácido caprílico, poderia melhorar no sistema imunológico favorecendo a eliminação de fungos do corpo e com isso processos como candidíase, caspas e micoses; favorecer bom funcionamento intestinal e maximizar resultados em redução de peso corporal.

 

A recomendação diária deste óleo seriam 2 colheres de sopa (o equivalente a 30 gramas). Sendo assim a suplementação do óleo de coco em capsulas seria inviável, visto que seria necessário o consumo de uma grande quantidade delas ao longo do dia já que em cada capsula contém apenas 1g do óleo. No entanto, 1 colher de sopa do óleo de coco contém 117 Kcal e  11 gramas de gordura saturada – mais da metade do limite diário recomendado para um indivíduo adulto.

 

O óleo de coco é um óleo comestível extraído a frio a partir da massa do coco. Apesar do óleo de coco conter uma grande proporção de ácido láurico (uma gordura saturada), cerca de 70-80% da sua composição são de ácidos graxos de cadeia média. Este tipo de gordura, diferentemente da saturada, são rapidamente absorvidos pelo intestino, não participando do ciclo de colesterol e assim não são estocados em depósitos de gordura.

 

Poucas pesquisas conclusivas e confiáveis foram feitas com o uso do óleo de coco. Alguns estudos foram realizados para confirmar a promessa sobre os benefícios para a saúde do coração. No entanto, estudos em humanos demonstraram que este óleo eleva os níveis de LDL (mau colesterol) no sangue, que por sua vez aumenta em 6% dos riscos de uma pessoa saudável sofrer um infarto ou um derrame cerebral.

 

Mais pesquisas foram feitas para avaliar a eficácia do óleo de coco na redução do peso corporal. Alguns estudos demonstraram que além de favorecer redução de peso também garantiam redução da circunferência da barriga. No entanto, outros estudos além de não apresentarem diferença no peso dos participantes, ainda interferiam negativamente no apetite e na fome. Estes resultados controversos podem ser associados a variações genéticas e principalmente alimentares de cada um.

 

Contudo, é necessário ficar atento. O óleo de coco não é uma poção mágica para perder peso e está muito longe de ser um milagre para emagrecer.  Em alguns casos um alimento pode ser um remédio para um e um veneno para o outro e este certamente é o caso do óleo de coco. Por isso lembre-se: antes de aderir a um modismo que promete resultados rápidos e fáceis, procure a devida orientação para ter maiores benefícios.

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